27 de janeiro de 2020, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.
Inserido no Bioma Mata Atlântica a região do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná compreende uma parcela da bacia hidrográfica do rio Paraná, envolvendo 8.514.663 hectares, distribuídos em território de sete estados brasileiros e 297 municípios, e ainda faz fronteira internacional com dois países, Argentina e Paraguai (Figura 1).
Entre junho de 2007 e setembro de 2009 o Mater Natura desenvolveu um projeto denominado “Capacitação em Gestão Participativa de Unidades de Conservação na Região Sul e Mato Grosso do Sul”, que aproximou ainda mais a atuação da instituição com atores da região. O projeto contou com o apoio financeiro do Ministério do Meio Ambiente/PPG7/PDA – Componente Mata Atlântica, e adotou metodologias participativas para construir mecanismos de capacitação e instrumentalizar os diversos atores relacionados a 46 Unidades de Conservação dos três estados da região sul do Brasil e do Mato Grosso do Sul, para contribuírem de forma efetiva na gestão participativa dessas unidades, construindo um exercício de cidadania, conservação dos recursos naturais e proteção da biodiversidade. Entre as unidades de conservação apoiadas encontrava-se o Parque Nacional de Ilha Grande- PNIG.
O projeto supracitado foi a base para o Mater Natura, atuando em sistema de rede com outros parceiros públicos e privados, executar outros dois outros projetos interligados entre si na região. O primeiro deles, desenvolvido entre 2010 e 2012, foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, por meio do Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA). E, o segundo executado entre 2013 e 2015, este financiado por edital do Programa de Fortalecimento de Redes do Acordo TFCA (Tropical Forest Conservation Act), junto ao Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBio).
O foco destes dois projetos foi o de articulação e fortalecimento do arranjo institucional, promovendo o processo de criação e o desenho do Corredor do Rio Paraná, bem a realização de diagnóstico e o planejamento do Corredor em escala regional, resultando em um conjunto de informações e banco de dados georreferenciados.
A articulação da Rede e dados obtidos por meio destes projetos contribuíram na elaboração da proposta enviada ao BNDES para concorrer ao edital de 2015 com foco em restauração ecológica. A proposta foi aprovada e o projeto encontra-se em execução (período de 2017 até 2021) com o nome de Corredores de Biodiversidade. Este projeto permitiu a continuidade do trabalho em uma região compreendida pelo Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná e de atuação da Rede. O objetivo do projeto Corredores de biodiversidade é restaurar 351 hectares nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, com metas de capacitação e articulação institucional.A articulação e apoio de quase 20 parceiros da Rede são fundamentais para a execução deste trabalho, e compreende a premissa do Corredor de Biodiversidade, buscar a conectividade e a ampliação de fragmentos florestais, dando condições mínimas (políticas, institucionais e técnicas) para manutenção da biota e de seus ecossistemas associados em escala regional.
No final de 2019 foi firmada uma parceria entre o Mater Natura e o WWF-Brasil para elaboração de um “Plano de Restauração da mata atlântica na Ecorregião do Alto Paraná (PN de Ilha Grande – PN de Iguaçu) sendo que a execução deste projeto além de buscar envolver temas essenciais para a restauração ecológica, como manejo de espécies e conectividade de paisagem, irá elencar também o turismo associado a restauração ecológica e a cadeia de restauração da região. Este Plano será elaborado em conjunto com os atores da Rede e profissionais que atuam nas áreas supracitadas.
Pelo histórico de mais de 12 anos de atuação em conjunto, ressaltamos que a atuação da Rede Gestora é de suma importância na continuidade de trabalhos nas regiões mencionadas e ainda no âmbito de políticas públicas.
