No início de 2022, o Mater Natura acompanhou a incidência de queimadas com atenção especial na região sul do Mato Grosso do Sul. Nessa região, em área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, localiza-se o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI), onde a OSCIP realiza projetos de restauração ecológica desde 2018, com apoio do BNDES e do WWF-Brasil. Além dos projetos de restauração ecológica realizados pelo Mater Natura, a UC também tem outras áreas com mudas nativas plantadas, em desenvolvimento.
O PEVRI tem 73 mil hectares e fica localizado na bacia do rio Paraná e, infelizmente, a região também sofre com os focos de incêndio no decorrer dos anos. Em janeiro de 2022, a Unidade de Conservação (UC) sofreu um incêndio de grandes proporções. Atualmente, o Mater Natura realiza o projeto Reconecta Alto Paraná – restaurando corredores e unindo pessoas, no parque estadual em parceria com o WWF-Brasil.
O WWF-Brasil tem atuado no Mato Grosso do Sul com apoio ao combate a incêndios. Dessa forma, como resultado da articulação entre o Mater Natura, a gestão da UC e o WWF, foram doados materiais de combate a incêndio para o PEVRI. A lista de materiais foi elaborada em conjunto com o chefe da unidade de conservação, Reginaldo Oliveira (IMASUL), e a doação feita pelo Mater Natura, com apoio do WWF-Brasil. A lista conta com materiais que vão desde EPIs, como uniformes e coturnos, até equipamentos, como motobomba e mangueiras.
No Brasil, diversas regiões sofrem todos os anos com as queimadas em seus biomas. Em 2022, a Amazônia bateu recorde de focos de incêndio – mais de 100 mil focos entre janeiro e outubro, sendo o maior em mais de uma década. Em 2020, também foi registrado a maior taxa histórica de incêndios no bioma Pantanal, que se estende pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo considerada a maior planície inundável do mundo.
O Mapbiomas lançou em agosto de 2022 o Monitor do Fogo, uma plataforma que avalia as cicatrizes do fogo, e não os focos de calor. O objetivo é mostrar em tempo quase real (diferença de um mês) a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição que é apontada pelos focos de calor da plataforma do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
De acordo com dados divulgados pelo Monitor do Fogo, para o período de janeiro a julho de 2022, no Cerrado, a área queimada foi de 1.250.373 hectares, 9% menor que no mesmo período do ano passado, porém 5% acima do registrado em 2019 e 39% maior que em 2020. O mesmo padrão foi identificado na Mata Atlântica, onde houve uma queda de 16% em relação a 2021 (ou 14.281 hectares), porém um crescimento de 11% em relação a 2019 e 8% na comparação com 2020. O Pantanal, por sua vez, apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos (75.999 hectares), com 19% de redução de 2022 para 2021 em relação a área queimada de janeiro a julho.
A doação dos equipamentos vem ressaltar que as instituições têm o compromisso que vai além do plantio de mudas. Buscam entender como atuar na proteção da biodiversidade em longo prazo e visam apoiar as ações que já vem sendo desenvolvidas pelo estado, na tentativa de ganhar escala na proteção do bioma.
Confira nos links abaixo outras ações de apoio ao combate a incêndio realizadas pelo WWF-Brasil:
Para elaboração deste texto foi realizada consulta em:
https://mapbiomas.org/amazonia-e-pampa-lideram-queimadas-de-janeiro-a-julho-de-2022
https://oeco.org.br/noticias/amazonia-ja-acumula-mais-de-100-mil-focos-de-queimadas-em-2022/