Pesquisadores analisam dados para o mapeamento de espécies de “peixes das nuvens”

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26 de abril de 2020, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.

O projeto “Conservação de duas espécies de peixes anuais criticamente ameaçadas de extinção no Vale do Ribeira, estado de São Paulo”, desenvolvido pelo Mater Natura em parceria com pesquisadores da UNESP e do MZUSP, tem o objetivo de realizar o diagnóstico de duas espécies endêmicas e criticamente ameaçadas, Campellolebias dorsimaculatus e C. intermedius, na região do Vale do Ribeira e no Litoral Sul do Estado de São Paulo. Estas espécies são conhecidas popularmente como “peixes das nuvens” e pertencem a família Rivulidae.

Eles vivem em ambientes aquáticos temporários que podem ser poças, lagos, lagoas, alagados, brejos e áreas marginais de riachos que se formam pela água empoçada durante as épocas chuvosas. O ciclo de reprodução é realmente bem veloz. A água da chuva empoçada faz eclodirem os ovos fertilizados no substrato (cascalho, argila, areia e lama). Dentro de aproximadamente um mês, os peixes, já adultos, estão aptos para um novo ciclo de reprodução. Eles vivem por, no máximo, nove meses, mas não sobrevivem para verem seus filhos. Quando recomeçam as chuvas, o ambiente volta a alagar e os ovos eclodem formando nova população com as larvas então em forma de peixinhos (ICMBio, 2020).

A equipe que desenvolve o projeto de pesquisa sobre estas espécies peculiares passou o período que antecedeu o início da quarentena sobre o Covid-19, em trabalhos de campo em áreas de várzea do rio Juquiá (Figura -1 ) e de restinga do Complexo Lagunar-Estuarino de Cananeia-Iguape. Os pesquisadores, que são ligados a dois campi da Universidade Estadual Paulista (UNESP Registro e São Vicente) e ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), estão procurando áreas de ocorrência das duas espécies que pertencem ao gênero Campellolebias.

Área de várzea do rio Juquiá, próximo a Juquiá - SP, onde os pesquisadores estão mapeando e caracterizando os ambientes de ocorrência da espécie Campellolebias intermedius.
Figura 1 – Área de várzea do rio Juquiá, próximo a Juquiá – SP, onde os pesquisadores estão mapeando e caracterizando os ambientes de ocorrência da espécie Campellolebias intermedius. Foto: Lucca Stocco Polonio

Nessa fase do estudo, os trabalhos incluem o mapeamento e a caracterização dos locais de ocorrência das espécies, para auxiliar na avaliação do seu estado de conservação. Estas espécies vêm sofrendo com a perda dos seus habitats.

As atividades de campo estão paralisadas por conta da pandemia de COVID-19, mas os pesquisadores seguem trabalhando no laboratório, analisando os dados coletados até o momento e também conferindo imagens de satélites e outras informações importantes para a continuidade do projeto.

Atlantirivulus ribeirensis, uma espécie de peixe da família Rivulidae que também ocorre na área de estudo.   Figura 2 – Atlantirivulus ribeirensis, uma espécie de peixe da família Rivulidae que também ocorre na área de estudo.

 O uso de mapas e outras ferramentas de orientação são importantes aliados dos pesquisadores para o planejamento e a execução dos trabalhos de campo. No detalhe, o Dr. Osvaldo Takeshi Oyakawa (Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo) e o auxiliar de campo Eduardo Omena Santinelli, graduando do curso de graduação em engenharia de pesca da UNESP de Registro, verificam detalhes sobre a localidade-tipo de Campellolebias intermedius durante trabalho de campo.
Figura 3 – O uso de mapas e outras ferramentas de orientação são importantes aliados dos pesquisadores para o planejamento e a execução dos trabalhos de campo. No detalhe, o Dr. Osvaldo Takeshi Oyakawa (Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo) e o auxiliar de campo Eduardo Omena Santinelli, graduando do curso de graduação em engenharia de pesca da UNESP de Registro, verificam detalhes sobre a localidade-tipo de Campellolebias intermedius durante trabalho de campo.

 

 


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