Mater Natura apoia a criação de RPPN no entorno do Parque Nacional Saint-Hilaire Lange, em Paranaguá- PR

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28 de Julho de 2019, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.

Em fevereiro deste ano iniciamos, com o patrocínio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, o projeto de criação de uma Reserva Natural do Patrimônio Natural (RPPN) no entorno do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange (PARNA), em Paranaguá- PR. Clique aqui e conheça os resultados iniciais do primeiro semestre do projeto divulgados na newsletter de maio do Mater Natura.

Para esta publicação trazemos uma descrição mais detalhada da área natural que será transformada em RPPN, assim como, a importância da criação desta Unidade de Conservação para a região e para o PARNA.

Ela está localizada na Colônia Pereira, município de Paranaguá, divisa com Matinhos. Ao Sul é limitada pelo rio Cambará e ao Norte se interliga ao Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, estando 1,11 hectare dentro dos limites determinados do PARNA.

A propriedade possui 34 hectares e encontra-se no domínio de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, ocupada predominantemente por floresta secundária em vários estágios de regeneração. Partindo da extrema sul do terreno encontramos as áreas de Floresta Ombrófila Densa Aluvial, que compreende as formações florestais distribuídas sobre a planície de acumulação de sedimentos do rio Cambará, sujeita a inundações periódicas. Estas áreas são as mais impactadas do terreno, sendo que a maior parte está em estágio de regeneração inicial, com predomínio de gramíneas em vários pontos da margem do rio. No restante se destacam algumas espécies arbóreas de alto a médio porte, isoladas ou em pequenas manchas, sem sub-bosque definido. A formação aluvial segue dentro do terreno ao longo do Ribeirão do Silvério que nasce no PARNA Saint-Hilaire/Lange e corta o terreno até desaguar na margem esquerda do rio Cambará. Neste ponto temos uma área de floresta em estágio mais avançado de regeneração com o dossel contínuo e sub-bosque bem formado.

Seguindo em sentido Norte, o terreno vai aumentando sua altitude suavemente, tendo a maior parte de sua área com predomínio de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, situadas entre o nível do mar e aproximadamente 20 metros de altitude. As áreas que ficam mais próximas da entrada do terreno tiveram maior histórico de uso e se encontram em estágio inicial de regeneração. A medida que nos afastamos da entrada e da margem do rio Cambará a floresta passa a ser mais estruturada, apresentando dossel e sub-bosque bem definidos.

Entrada do terreno.
Entrada do propriedade a ser transformada em RPPN.

Quanto mais próximo das áreas do PARNA maior a altitude do terreno, ultrapassando os 20 metros sobre o nível do mar bem próximo da extrema Norte. Nestas áreas estão as florestas mais conservadas e com características fitofisionômicas de Floresta Ombrófila Densa Sub-Montana. Nas visitas técnicas realizadas foi possível avaliar um predomínio de cajueiro-bravo (Hyeronima alchorneoides) (Euphorbiaceae) ocupando o dossel destas áreas. Os estratos inferiores apresentam mais de um patamar com ampla riqueza de espécies.

A propriedade também está localizada em uma região que fornece segurança hídrica à municípios litorâneos. O PARNA protege os mananciais hídricos da Serra da Prata e apresenta uma série de microbacias hidrográficas que são responsáveis pelo abastecimento de água dos municípios de Matinhos, Pontal do Paraná, Guaratuba e Paranaguá. Entre elas, destaca-se a bacia do rio Cambará, que abastece Matinhos e cujo principal leito passa pela área onde será criada a RPPN.

Além de estar localizada em importante área de manancial e ser limítrofe ao PARNA Saint Hilaire/Lange, a criação da RPPN representará uma iniciativa importante de conservação para região. A RPPN terá por objetivos principais: (1) apoiar e promover pesquisas científicas dentro da reserva, no PARNA, e no seu entorno; (2) desenvolver atividades voltadas ao turismo científico, monitoramento participativo e educação ambiental; (3) articular e dialogar com diferentes atores locais a fim de discutir caminhos e traçar estratégias para melhor gestão das UC’s na região, bem como para a conservação da natureza e desenvolvimento local.

Paralelamente ao apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza para criação da RPPN, a equipe do projeto segue buscando outros apoios e parcerias para viabilizar a implementação da nova unidade de conservação.

Foto da capa: Ribeirão do Silvério.

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