Ação visa sensibilizar e envolver a comunidade em ações para manutenção da biodiversidade e maior resiliência climática
O Mutirão de remoção de braquiárias-d’água, realizado no dia 11 de maio pelo projeto “Olha o Clima, Litoral!”, removeu cerca de 80 kg de braquiárias-d’água de manguezais e ambientes associados da baía de Antonina, no Paraná – que ao final formaram uma pilha do capim com aproximadamente 3 metros de largura e 1 metro de altura. O projeto é realizado pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais em parceria com a Petrobras, pelo Programa Petrobras Socioambiental.
Mais de 50 pessoas participaram da mobilização e de atividades de ciência cidadã e educação ambiental, entre crianças e adultos. A ação visou sensibilizar e envolver a comunidade na conservação de manguezais para manutenção da biodiversidade e maior resiliência climática no litoral do estado.
Participantes do mutirão ao final do evento. Foto: Gabriel Marchi
As braquiárias-d’água são espécies exóticas invasoras trazidas da África para o Brasil. Nos anos 1980, foram usadas para a criação de búfalos no litoral do Paraná e, desde então, vêm se espalhando pelos rios e estuários da região. Mais de 75 hectares de manguezais e brejos salinos da baía de Antonina já foram tomados por esses capins, que ameaçam seriamente a biodiversidade local.
De longe, parece que os ambientes estão preservados, mas as braquiárias-d’água transformam as áreas onde se espalham em “desertos verdes”, por prejudicarem as plantas e animais nativos. A partir da remoção destes capins, o projeto “Olha o Clima, Litoral!” tem como meta realizar a restauração ecológica de 6 hectares de manguezais e brejos salinos, de outubro de 2022 até outubro de 2024.
A pesquisadora Larissa Teixeira explica como manejar as braquiárias-d’água, segurando um ramo do capim invasor na mão para mostrar aos participantes. Foto: Gabriel Marchi
A concentração para o mutirão foi realizada a partir das 8h30, no Portinho do Cabral, no município de Antonina/PR, onde um estande do projeto “Olha o Clima, Litoral!” apresentou uma exposição sobre manguezais e brejos salinos e sobre o processo de restauração ecológica desses ambientes. Durante toda a manhã e início da tarde, o projeto “Guaparayba – Gemar – Ciência Cidadã para conservar o Ecossistema de Manguezal”, que é realizado em parceria com a Fundação Grupo Boticário, promoveu atividades de ciência cidadã envolvendo cerca de 20 crianças, pais e responsáveis. Os participantes puderam aprender mais sobre os ecossistemas e como conservá-los, em contato direto com a natureza.
A concentração no Portinho do Cabral/Antonina/PR reuniu voluntários, crianças e responsáveis em ações de educação ambiental e de ciência cidadã. Foto: Gabriel Marchi
Os voluntários foram transportados em barcos para uma das áreas em processo de restauração pelo projeto “Olha o Clima, Litoral!”, onde havia ainda mudas e ramos de braquiárias-d’água, e lá trabalharam na remoção dos capins por 3h30.
“No processo de restauração, primeiro cortamos as braquiárias com roçadeiras, bem rente ao chão, depois formamos montes ou rolos com as plantas roçadas, para que elas possam ser abafadas. Sem a luz do sol, impedimos o seu crescimento, até que apodreçam e morram”, explica a pesquisadora responsável pela restauração ecológica do projeto, Larissa Teixeira.
Área de manguezal e brejos salinos em processo de restauração pelo projeto “Olha o Clima, Litoral!”, com pilhas de braquiárias-d’água que foram roçadas. Foto: Gabriel Marchi
Depois de visitas periódicas para revisão e manutenção da área em restauração, o último passo é remover manualmente os capins invasores que ainda resistem, uma vez que já estão enfraquecidos. Os voluntários do mutirão auxiliaram nesta tarefa, com o uso de EPIs, como luvas e botas, sem manusear nenhum tipo de equipamento, como roçadeiras.
O evento contou com o apoio do projeto “Guaparayba – Gemar – Ciência Cidadã para conservar o Ecossistema de Manguezal” e da Prefeitura Municipal de Antonina.
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