No dia 15 de abril de 2025, realizamos a segunda etapa da Oficina Estruturante de Planejamento Participativo do projeto Diálogo UC: Fortalecimento da Gestão Participativa das Unidades de Conservação do Território da APA de Guaratuba. Em formato virtual, o encontro reuniu 15 participantes e deu continuidade ao processo iniciado em 18 de março, com o objetivo de criar espaços de reflexão coletiva, validar diagnósticos e planejar ações de capacitação voltadas ao fortalecimento da gestão participativa das Unidades de Conservação (UCs) no Território da APA de Guaratuba.
➡️ Confira como foi a primeira etapa: Oficina contribui para gestão participativa em UCs no litoral do Paraná

Diagnóstico participativo e construção de caminhos
Na abertura da reunião, a coordenadora do projeto, Renata Garrett Padilha, destacou que a etapa anterior havia avançado além do previsto, permitindo a identificação de pontos de intervenção específicos para cada UC e comunidade envolvida. Ressaltou que o tema central do projeto e da capacitação é a gestão participativa, compreendendo os conselhos gestores das UCs como um espaço de exercício da cidadania na gestão ambiental pública.

Foi retomado o propósito do projeto, de natureza educativa, que busca capacitar lideranças de forma crítica e engajada, para que se tornem co-responsáveis pela conservação dos recursos naturais e pela gestão das áreas protegidas. Os desafios identificados na primeira etapa foram agrupados em quatro temas principais com foco na gestão participativa:
- Fortalecimento e articulação das comunidades;
- Melhoria na comunicação entre os atores locais;
- Reconhecimento da importância das UCs;
- Acesso à água limpa.
Durante uma dinâmica em grupos, os participantes aprofundaram as discussões sobre esses temas, refletindo sobre estratégias de ação e necessidades de capacitação. Ao final, a plenária destacou elementos centrais para a formação dos planos de ação.

Temas que mobilizam e inspiram
A discussão sobre licenciamento ambiental se destacou como ponto mobilizador, demonstrando o papel estratégico dos conselhos consultivos na defesa dos interesses coletivos, ainda que sem poder deliberativo. Experiências como a da APA Costa dos Corais, com câmaras técnicas ativas, e a atuação do Conselho do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, foram citadas como referências positivas.
Outros temas que emergiram foram:
- Bioeconomia e subsistência das comunidades, com sugestões de trazer experiências de associativismo e envolver atores institucionais nas discussões;
- Comunicação como ferramenta de mobilização, com ênfase em estratégias de sensibilização e uso de expressões culturais locais;
- Comunicação não violenta, como chave para a construção de diálogos mais qualificados e inclusivos nos espaços de governança.
A necessidade de incluir assessoria jurídica e exemplos inspiradores, como o caso da comunidade de Rondinha (RO) — retratada em documentário na Netflix — também foi apontada como ação relevante para fomentar o engajamento das comunidades.
A oficina também abordou a construção do curso de formação, que será realizado nos próximos meses. A logística e o perfil dos participantes foram discutidos, com atenção às dificuldades de participação de pescadores e moradores das comunidades tradicionais em atividades realizadas em horário comercial. Foram sugeridos ajustes, como encontros em turnos alternativos e com menor duração, para garantir a ampla participação.

Entre os principais encaminhamentos da oficina, destacam-se:
- Inclusão de temas como licenciamento, comunicação, políticas públicas e bioeconomia no conteúdo formativo;
- Adoção de horários mais acessíveis para os cursos;
- Valorização de exemplos reais e próximos para estimular o protagonismo local;
- Fortalecimento das ferramentas de comunicação e da abordagem da comunicação não violenta.
