27 de fevereiro de 2020, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.
Atualizado em 02 de março de 2020.
Durante os dias 13 e 14 de fevereiro aconteceu na Estação Ecológica (ESEC) Caiuá em Diamante do Norte – Paraná a primeira reunião de 2020 da Rede Gestora do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná
A reunião da Rede aconteceu no escopo do projeto Corredores de Biodiversidade, patrocinado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e executado pelo Mater Natura. A pauta da reunião contou com: panorama das ações de 2019 em relação ao projeto Corredores de Biodiversidade; apresentação da agenda de trabalho 2020/2021; roda de conversa com o tema: “Experiências de trabalho da Rede”; apresentação dos encaminhamentos do III Seminário do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, dentre eles a parceria técnica firmada entre WWF – Brasil e o Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.
No primeiro dia (13/02) houve um resgate sobre o histórico dos trabalhos realizados na Esec Caiuá, o relato foi feito por Valdir Leite servidor da Esec. Valdir, destacou que utilizam armadilhas fotográficas para o monitoramento das espécies que transitam no local e desenvolvem os trabalhos com proprietários do entorno.
Marcelo Limont coordenador do projeto Corredores de Biodiversidade, fez um resgate das ações de trabalho no território do Corredor e destacou o importante papel de articulação da Rede.
Durante as apresentações da “roda de conversa” Natália Poiani Henriques, servidora da Fundação Florestal e gestora do Parque Estadual do Aguapeí, apresentou o projeto POC que acontece no Parque, localizado no estado de São Paulo. Este é um projeto financiado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) e gerenciado pela Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena) e Reserva da Mata Atlântica. O POC é o resultado de uma articulação entre a Fundação Florestal e a Apoena, que buscaram recurso junto à Câmara de Compensação Ambiental (CCA), uma vez que esses recursos precisam ser gastos em Unidades de Conservação. Natália explicou que todo o recurso de licenciamento ambiental vai para um fundo que é a CCA.
Djalma Weffort (Apoena) também apresentou as experiências da instituição, entre elas o projeto “Restauração Florestal com Espécies Nativas em Área de Reserva Legal – Mata Atlântica do Oeste Paulista” e falou que a linha de atuação do projeto é a recuperação e proteção de matas ciliares e reservas legais de domínio público, a formação de corredores ecológicos e a educação ambiental.
Erick Caldas Xavier, falou sobre o histórico e a origem das trilhas. Destacou a cadeia produtiva que envolve as trilhas de longo curso e comentou sobre as pegadas, sobre a identidade das trilhas. Ressaltou também que as trilhas servem como mega transectos – corredores de biodiversidade usados pela fauna. Discorreu sobre a importância das trilhas para a economia e apresentou indicadores econômicos, assim como as redes internacionais (EUA e europeia) e a Rede brasileira de trilhas. Xavier, concluiu sua apresentação dizendo que “trilhas conectam as unidades de conservação, as paisagens e pessoas”.
Concluindo as apresentações do dia Letícia Nunes Araujo, consultora técnica do Mater Natura apresentou o “Projeto para construção do Plano de Restauração da Mata Atlântica na Ecorregião do Alto Paraná”, destacou a parceria Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais com o WWF-Brasil. Araujo, salientou a importância da restauração e o desafio de se trabalhar com a Mata Atlântica, bioma biodiverso e ameaçado. Comentou sobre a ecorregião do Alto Paraná e da urgência de implementação de projetos de restauração nessa área. Letícia, destacou ainda o papel fundamental dos parceiros nos projetos e neste caso, mencionou a atuação também do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica.
No dia 14/02 (segundo dia) aconteceu a oficina de diagnóstico participativo com o objetivo de mapear parcerias, realizar um planejamento prévio de possíveis áreas potenciais para restauração ecológica, identificar oportunidades e desafios para implementação do Plano de Restauração da Mata Atlântica na Ecorregião do Alto Paraná. Durante esta oficina os participantes foram divididos em dois grupos, grupo Coripa/Conisul – Piquiri/Iguatemi e grupo Comafen/Codevale – Ivaí/Amambai. Foram utilizados os mapas de áreas prioritárias do Corredor, das porções norte e centro como base para as atividades propostas na oficina. Após determinado período para execução, os resultados foram apresentados em plenária. Entre as justificativas de restauração para a região do Alto Paraná, foram apontadas “conexão da paisagem” ,“conservação dos recursos hídricos” , “turismo – observação de aves” e “conservação de solo e também foram apresentados desafios, entre eles a dificuldade de acesso as áreas e sensibilização dos proprietários.
Estas e outras informações compiladas durante esta oficina estão sendo analisadas pela equipe do projeto para fazerem parte do Plano de Restauração. As contribuições dos presentes são importantes, pois permitem que o trabalho seja realizado em conjunto com atores da região do projeto.