Campanha de julho de projeto sobre o bicudinho-do-brejo identifica novo casal

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28 de Julho de 2019, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.

O projeto Revigoramento populacional do bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris), executado pelo Mater Natura e patrocinado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza tem como objetivo aumentar a variabilidade genética de duas populações da ave ameaçada de extinção bicudinho-do-brejo mediante a troca de ovos entre essas populações, especificamente do rio Nhundiaquara, na divisa dos municípios de Antonina e Morretes, e da baía de Guaratuba, ambas situadas no Paraná.

A seguir serão descritas as ações relacionadas ao projeto nos últimos meses.

Entre janeiro e julho de 2019 foram anilhados 16 casais de bicudinhos, sendo nove casais do Rio das Neves e sete do Rio Nhundiaquara, localizados em Morretes/PR. Isto nos permitirá conhecer mais sobre o tamanho dos seus territórios, estudar sua reprodução e, principalmente, encontrar seus ninhos, o que possibilitará a translocação dos ovos com a população de Guaratuba e o revigoramento genético da espécie. Ademais, o reconhecimento de cada indivíduo mediante suas anilhas nos permite entender melhor sobre a formação dos casais e territórios.

Na campanha de julho de 2019 registramos a formação de um novo casal, composto por indivíduos de dois outros casais monitorados. Tiago Machado, técnico do projeto explica que “nas campanhas de abril e junho percebemos que o macho do território “Tripinha” estava sozinho, mas em julho ele já estava pareado com a fêmea de outro casal, chamado “Metaleiro” (um casal anilhado nas primeiras expedições em busca de bicudinho no Rio Nhundiaquara). Supostamente houve o óbito da fêmea do “Tripinha” e do macho do casal “Metaleiro”, o que levou à formação deste novo casal.”

Tiago, ressalta ainda que há um fator preocupante: “em junho foi avistado um indivíduo de sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) no território “Tripinha”. Este sagui é uma espécie exótica na região de estudo, proveniente de soltura, e um exímio predador de aves e ovos. Não sabemos se há uma relação entre a presença deste sagui e o sumiço destes dois indivíduos de bicudinho, mas certamente a coincidência chama a atenção e nos levará a monitorar este território com mais frequência e atenção.”

Paralelamente às atividades de campo, nos próximos meses daremos continuidade a tabulação e organização dos dados, divulgação do projeto, e elaboração dos relatórios.

Casal anilhado com anilhas coloridas para posterior reconhecimento,
Casal anilhado com anilhas coloridas para posterior reconhecimento.

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