Adaptação à mudança climática: recomendações estratégicas para os municípios do litoral paranaense

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Fortalecer a resiliência climática do litoral do Paraná é um dos principais objetivos do projeto “Olha o Clima, Litoral!”, realizado pelo Mater Natura em parceria com a Petrobras, pelo Programa Petrobras Socioambiental. Com este foco, o projeto elaborou relatórios com recomendações estratégicas de adaptação à mudança climática para os sete municípios do litoral paranaense: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Os documentos foram protocolados nas prefeituras dos municípios.

Os documentos propõem diretrizes para a construção de políticas públicas locais, com base em estudos técnicos e diagnósticos participativos sobre vulnerabilidade costeira, conservação de ecossistemas e ordenamento territorial. A abordagem adotada foi a da Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), que valoriza os serviços prestados pela natureza como barreiras naturais, reguladores climáticos e fontes de bem-estar para as populações. Manguezais, brejos salinos e restingas, por exemplo, são destacados como aliados estratégicos no enfrentamento das mudanças climáticas.


Foto: Gabriel Marchi 

Cada relatório municipal reúne um panorama geral das características geográficas, climáticas, ecológicas e sociais do território, com o mapeamento de vulnerabilidades diante dos impactos climáticos. Foram identificadas ameaças como elevação do nível do mar, eventos extremos de precipitação e inundações costeiras, com impacto direto sobre áreas urbanas e comunidades tradicionais.

Com base nesse diagnóstico, os relatórios apresentam um conjunto de recomendações estratégicas divididas em cinco eixos principais:

  1. Conservação de ecossistemas costeiros – incluindo ações para ampliação e conexão de áreas protegidas, controle de espécies exóticas invasoras e fortalecimento da gestão participativa das Unidades de Conservação.
  2. Restauração ecológica – com diretrizes para restaurar áreas de manguezais, restingas e matas ciliares, especialmente em zonas de risco.
  3. Educação e sensibilização ambiental – envolvendo escolas, comunidades e o poder público para fortalecer o senso de pertencimento e a corresponsabilidade com os ecossistemas.
  4. Gestão integrada e ordenamento territorial – com sugestões para integrar a temática climática em planos diretores, planos de manejo e outros instrumentos de gestão local.
  5. Monitoramento e pesquisa – destacando a importância de consolidar e expandir redes de monitoramento climático e ecológico, além de apoiar projetos científicos locais.

Integrante do projeto realizando monitoramento de aves para restauração ecológica de manguezais e brejos salinos na baía de Antonina/PR – foto: Gabriel Marchi 

Um esforço participativo

Foram incorporadas aos relatórios informações coletadas em um diagnóstico participativo do território, realizado pelo projeto para identificar os desafios e as oportunidades para a conservação dos ecossistemas costeiros. O processo contou com a colaboração de diversos atores do litoral paranaense: poder público, iniciativa privada, instituições de pesquisa, OSCs e gestores de Unidades de Conservação. 

Ao todo, ao longo de mais de dois anos, foram:

  • 25 projetos/programas de pesquisa e monitoramento analisados;
  • 13 artigos e documentos técnicos elaborados;
  • 29 instituições envolvidas;
  • 48 profissionais participantes;
  • 35 reuniões de discussão e troca de conhecimentos.

Os relatórios foram disponibilizados aos gestores públicos e à sociedade como instrumentos técnicos para subsidiar ações e políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas no litoral paranaense.

Confira os relatórios para cada um dos sete municípios:

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