Lista de Espécies da Fauna Ameaçada no Paraná é atualizada com coordenação do Mater Natura

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Lista de Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção do Paraná teve uma nova atualização anunciada na última quinta-feira (06/06) pelo Governo do Estado do Paraná, por meio do Decreto 6.040/2024. A atualização foi realizada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), pelo Instituto Água e Terra (IAT) e pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais e integra um esforço conjunto entre governo, instituições de pesquisa, academia e sociedade civil para reduzir o risco de extinção das espécies. 

O anúncio foi feito pelo secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, durante a abertura da edição 2024 do Fórum Permanente de Gestores do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, em Foz do Iguaçu, na região Oeste, e integra um pacote de ações voltado para celebrar a Semana do Meio Ambiente.

Sapinho-da-montanha, espécie da nova lista, descoberta em 2017 por Luiz Fernando Ribeiro, Marcio R. Pie e Marcos R. Bornschein, pesquisadores associados do Mater Natura

Ao longo de 2023 e 2024, sob a coordenação do Mater Natura, foram analisados os status de ameaça de 5087 espécies de animais que vivem no território paranaense, pertencentes a 14 táxons (grupos de animais) de vertebrados e invertebrados. Em um processo colaborativo com diversas instituições, foram escolhidos pesquisadores para coordenar cada um dos táxons, foi promovida uma consulta pública para coletar informações da sociedade e foram realizadas oficinas com especialistas para validação dos status de ameaça em cada um dos grupos. 

A nova lista passa a contar com 330 espécies ameaçadas no total, entre elas 10 de anfíbios e de aves recentemente descobertos por pesquisadores do Mater Natura. A inclusão de 108 novas espécies e sete grupos de invertebrados representa um incremento de 49% em relação ao material produzido em 2018, que continha 222 espécies após a atualização apenas do grupo de aves – a última reavaliação completa, com todas as unidades taxonômicas, ocorreu em 2004.

Bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris), descoberto em 1995, por Marcos R. Bornschein e Bianca L. Reinert

Complementando o trabalho, até o final do ano, o Mater Natura, em conjunto com a Sedest e o IAT devem revisar e disponibilizar de forma online nova versão do Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, a partir das espécies da nova lista.

A iniciativa faz parte da “Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção – GEF Pró-Espécies: Todos contra a extinção”, coordenada pelo governo federal por meio do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ação é financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility – GEF), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que tem como agência executora o WWF-Brasil.

Livros Vermelhos da Fauna Ameaçada de Extinção de 1995 e 2005

As Listas Vermelhas são instrumentos de conservação que visam a formulação de políticas públicas para proteção da fauna e da flora. O Paraná foi precursor na elaboração das Listas de Espécies Ameaçadas Estaduais e do Livro Vermelho da Fauna Constituída, em 1995, instrumento fundamental na popularização e divulgação das espécies ameaçadas, sendo o primeiro do País a criar uma lista regional. Em 2004, a lista e o livro tiveram sua primeira atualização e ampliação, realizada também pelo Mater Natura. A partir de então, ocorreram somente revisões pontuais, em 2010 de mamíferos ameaçados de extinção e, em 2018, da lista de aves, completando 222 espécies.

A revisão e atualização da lista é uma das 70 ações que constituem o Plano de Ação Territorial Caminho das Tropas Paraná-São Paulo – projeto em que também o Mater Natura contribui com a participação de um consultor técnico. Essa foi uma antiga via terrestre de ligação do Rio Grande do Sul com a Capitania de São Paulo durante o período do Brasil Colônia. A partir das décadas de 1910 e 1920 houve a construção de rodovias neste trecho. Em território paranaense o trabalho está sob supervisão da Sedest e do IAT.

Saiba mais sobre as espécies descobertas pelo Mater Natura no nosso relatório de 40 anos. 

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