Dia da Biodiversidade: 5 espécies incríveis que protegemos com nossos projetos na Mata Atlântica

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Bicudinho-do-brejo – foto: Gabriel Marchi

No Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio, destacamos cinco espécies emblemáticas da Mata Atlântica que estão no centro de nossas ações de conservação. A data, criada pela ONU, tem como tema em 2025 “Harmonia com a natureza e desenvolvimento sustentável”, reforçando a importância da biodiversidade para o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida das pessoas.

É por meio da flora e da fauna que os ecossistemas regulam os processos climáticos, filtram e purificam a água, reciclam nutrientes, mantêm a fertilidade dos solos, se tornam fontes naturais de recursos, madeira, alimento. Mas, o que garante que esses serviços ambientais sejam realizados em todos os locais é a diversidade das espécies. A variedade genética dentro das populações de uma espécie é muito importante, porque permite fornecer adaptações para os diferentes locais em que a espécie venha a habitar.

Conheça essas 5 espécies incríveis:

  1. Bicudinho-do-brejo (Formicivora acutirostris)

Descoberto em 1995 por pesquisadores que atuaram com o Mater Natura, esse pequeno passarinho de cerca de 10g vive em brejos do litoral sul do Brasil. É uma das aves mais raras do Brasil e enfrenta ameaças como a perda de habitat e invasão de capins exóticos. Com hábitos monogâmicos, vive em ambientes úmidos e complexos, ricos em biodiversidade. Pesquisadores atuaram e atuam junto ao Mater Natura desde a descoberta da espécie no monitoramento desta ave e na restauração de áreas críticas, como na baía de Antonina, por meio do projeto “Olha o Clima, Litoral!”. A espécie é tão específica em seu habitat que populações inteiras vivem em brejos com poucos hectares. Seu nome popular reflete o bico afilado e o comportamento ágil entre a vegetação.

Fotos: Gabriel Marchi

  1. Anfíbios microendêmicos: Sapinhos-da-montanha e Sapinhos-de-barriga-vermelha (Brachycephalus spp., Melanophryniscus spp.

Com apenas 10 a 12 mm, esses minúsculos anfíbios da Serra do Mar não passam pela fase de girino e vivem em ambientes frios, úmidos e isolados — como verdadeiros microcosmos de biodiversidade. Alguns deles, como o Brachycephalus curupira e o B. coloratus, foram descobertos em montanhas próximas a áreas urbanas. Com hábitos diurnos, caminham pelo chão da floresta em vez de pular. Os pesquisadores do Mater Natura, além de terem descoberto 21 novas espécies de anfíbios, também participam do Plano de Ação Nacional para Conservação de Anfíbios e Répteis Ameaçados de Extinção da Região Sul do Brasil – PAN Herpetofauna do Sul, promovendo ações como o mapeamento de suas áreas de ocorrência e a educação ambiental em comunidades. Esses sapinhos são um exemplo de como a Mata Atlântica ainda guarda segredos incríveis, mesmo tão perto de centros urbanos.

  1. Canela-preta (Ocotea catharinensis)

Essa árvore de grande porte pode chegar a 45 metros de altura e já foi intensamente explorada pela qualidade de sua madeira. Encontrada em florestas maduras da Mata Atlântica, hoje é classificada como Vulnerável. O Mater Natura realiza a marcação de matrizes, coleta de sementes e produção de mudas para enriquecer áreas em restauração. A canela-preta é fundamental para o equilíbrio da floresta: suas sementes alimentam aves e mamíferos, e sua copa abriga epífitas e aves. Além disso, sua presença em formações florestais maduras indica áreas com alto valor de conservação.

Fotos: Daniel Zambiazzi Miller

  1. Caixeta (Tabebuia cassinoides)

Espécie característica de áreas alagadas do litoral, forma os chamados caxetais — ambientes de alta biodiversidade e grande importância cultural. A madeira da caxeta foi usada para a fabricação de lápis e, tradicionalmente, para instrumentos como rabecas e tamancos, símbolos do fandango caiçara. Hoje, com a pressão imobiliária e a alteração dos regimes hídricos, a caxeta é considerada Vulnerável. O Mater Natura, em parceria com o Laboratório de Sementes Florestais da UFPR, estuda sua germinação e distribui sementes para viveiros parceiros. Sua conservação contribui para manter não só os ecossistemas úmidos, mas também o patrimônio cultural das comunidades tradicionais do litoral.

Fotos: Daniel Zambiazzi Miller

  1. Palmeira Jussara (Euterpe edulis)

Conhecida como a “mãe da floresta”, a jussara é uma palmeira de grande valor ecológico por produzir frutos essenciais à alimentação de aves e mamíferos. No entanto, a extração do palmito, que mata a planta, ameaça sua existência. O Mater Natura estuda a frugivoria da espécie em parceria com o Laboratório de Análise e Monitoramento da Mata Atlântica (LAMMA-UFPR), promovendo o uso sustentável dos frutos para a produção do juçaí. A jussara é exemplo de como é possível aliar conservação e geração de renda, protegendo a biodiversidade e fortalecendo as comunidades locais.

Ao pesquisar e proteger essas espécies, atuamos em defesa de toda a cadeia ecológica que depende delas. Manter a biodiversidade não é apenas garantir a sobrevivência de espécies fascinantes – é cuidar da água que bebemos, do clima que vivemos e das culturas que florescem em harmonia com a natureza.

Confira também:

No dia 22 de maio (dia da Biodiversidade) apoiamos o Pacto Mata Atlântica no lançamento de uma campanha de incentivo à Restauração da Mata Atlântica por meio da adoção de um mascote, o sapinho pingo-de-ouro, também conhecido como sapinho-da-montanha.

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