Websérie mostra ações para manutenção da biodiversidade e resiliência à mudança climática no litoral do Paraná

Compartilhe esse conteúdo

Objetivo é documentar e divulgar restauração ecológica de manguezais e brejos salinos na baía de Antonina e conjunto de ações para redução de impactos da mudança climática

Já está disponível o primeiro episódio da websérie “Olha o Clima, Litoral!”, que vai mostrar, até o final de 2024, um pouco da biodiversidade e das belezas naturais do litoral paranaense, e o que o projeto “Olha o Clima, Litoral!” está fazendo para preservá-las. 

A faixa litorânea paranaense é a segunda menor no Brasil, com cerca de 100 km de costa, mas é uma das mais relevantes quando o assunto é biodiversidade. É nesse trecho da costa brasileira que estão alguns dos mais importantes estuários – ambientes em que o encontro dos rios com o mar proporciona a concentração de muitos nutrientes e possibilita a formação de manguezais e ecossistemas associados, como os brejos salinos.

“Esses ecossistemas são muito ricos em biodiversidade e importantíssimos para nós, por serem berçários da vida marinha, protetores das áreas costeiras, grandes atenuadores de efeitos da mudança climática e fornecedores de alimento para diversas espécies, incluindo o ser humano”, explica o biólogo e coordenador do projeto, Marcos Bornschein.

Ao longo de seis episódios, a websérie vai acompanhar o processo de restauração ecológica de manguezais e brejos salinos invadidos por capins exóticos na baía de Antonina, bem como a recomposição de flora e de aves, com monitoramento focado no bicudinho-do-brejo – uma espécie de ave que só ocorre em brejos salinos do litoral sul do Brasil e é ameaçada de extinção principalmente pelos impactos da disseminação desses capins exóticos. O bicudinho-do-brejo foi descoberto em 1995 por pesquisadores do Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, que executa o projeto com apoio da Petrobras, pelo programa Petrobras Socioambiental.

A série também vai registrar um conjunto de atividades voltadas à mitigação da mudança climática, como estudos relacionados ao tema, mapeamento de áreas de risco, ações de articulação territorial nos sete municípios do litoral paranaense e atividades direcionadas ao fortalecimento comunitário, educação ambiental e formação de agentes multiplicadores em Antonina (PR).

“Estamos chegando em um momento crucial em que, se não agirmos rapidamente, anularemos a nossa capacidade de reagir, tanto pela perda de espécies e de suas funções nos ambientes, quanto pela fragilização dos ecossistemas como provedores de serviços ecossistêmicos”, alerta Bornschein. 

Primeiro episódio: o capim invasor

O primeiro episódio da série apresenta um problema sério: a degradação ambiental causada pela invasão das braquiárias-d’água, plantas exóticas africanas que foram trazidas ao Brasil para servirem de pasto para búfalos e bois e que, ao longo dos anos, invadiram centenas de hectares de áreas úmidas no litoral paranaense. O estuário da baía de Antonina é o mais afetado atualmente no Paraná, com 75 hectares contaminados biologicamente pelas braquiárias-d’água.

“As braquiárias sufocam as plantas nativas de brejos e manguezais, diminuindo a riqueza de espécies e provocando a perda de ambientes para muitos animais”, explica a pesquisadora responsável pelas ações de restauração e monitoramento do projeto, Larissa Teixeira. A invasão de espécies exóticas é considerada a segunda maior causa de extinção de espécies no mundo, atrás apenas da perda de ambientes causada pela exploração humana direta.

“Realizamos o manejo das braquiárias-d’água com o corte das plantas com roçadeira o mais próximo possível das raízes. A biomassa roçada é empilhada em montes, que são revirados algumas vezes até que as braquiárias deixem de brotar”, conta Teixeira. Até o final de 2024, a meta do projeto “Olha o Clima, Litoral!” é restaurar 6 hectares de manguezais e brejos salinos da baía de Antonina. 

Confira o trailer da série:

Sobre o projeto “Olha o Clima, Litoral!”

O projeto “Olha o Clima, Litoral!” atua para a manutenção da biodiversidade e a resiliência à mudança climática no litoral do Paraná, com foco na conservação e na restauração de manguezais e ambientes associados. É realizado pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, por meio do programa Petrobras Socioambiental, na linha de atuação de Florestas.
 
O projeto visa desenvolver e implementar, de forma participativa, estratégias e práticas de Adaptações baseadas em Ecossistemas (AbE) dirigidas aos manguezais, brejos salinos e comunidades do litoral paranaense. Com a abordagem da Teoria da Mudança, atua nas áreas de restauração ecológica, monitoramento de flora e avifauna, adaptação à mudança climática, articulação territorial e ações socioambientais.
 
Para mais informações acesse: www.climalitoral.org.br
Contatos para imprensa: (41) 99716-0054 – [email protected]
 

Inscreva-se em nossa Newsletter

Receba mensalmente o nosso informativo.

Posts Relacionados

Biblioteca Olha o Clima, Litoral!

6º episódio da websérie aborda resiliência climática no Litoral paranaense a partir do fortalecimento da gestão integrada do território

O sexto episódio da websérie “Olha o Clima, Litoral!” aborda a questão da resiliência climática, ou seja, da capacidade de se adaptar e se recuperar dos impactos das mudanças climáticas, como tempestades, secas e inundações. É como “dar a volta por cima” e continuar funcionando, mesmo diante destes desafios, protegendo vidas, nossos ecossistemas naturais e

Nossas ações

Mater Natura recebe o 30º Prêmio Expressão de Ecologia na categoria Recuperação de Áreas Degradadas

Estivemos no evento de entrega do 30º Prêmio Expressão de Ecologia, no dia 31 de agosto, para receber premiação na categoria Recuperação de Áreas Degradadas. O case do Mater Natura, denominado “Plantando o Futuro: Integração de Projetos para a Década de Restauração da ONU” apresenta os esforços de integração de quatro projetos de restauração executados

Rolar para cima