O projeto “Cerrado Paranaense – fortalecimento de áreas protegidas e da cadeia produtiva de restauração”, foi aprovado junto ao Edital nº 01/2022 da Chamada para projetos de restauração da Cargill. Ele propõe realizar em cinco anos (2023-2027) a execução da restauração de 1.223,41 hectares de vegetação nativa do bioma Cerrado do estado do Paraná.
Para o primeiro ano do projeto as intervenções de restauração serão concentradas em 245 hectares no Parque Estadual do Cerrado (PEC) – imagem abaixo. O PEC foi criado em 1992, através do Decreto Estadual nº 1232, com área de 420,20 ha.
Distribuição de plantas exóticas na PEC do Cerrado
No mês de maio a equipe de técnicos do Mater Natura esteve em campo na área que será objeto de restauração, para reconhecimento das áreas e planejamento das atividades de execução do projeto. As ações tiveram início pelo monitoramento inicial da vegetação e levantamento das principais causas de degradação.
Os fatores de degradação do PEC estão associados, predominantemente, às atividades agrícolas do seu entorno. Há constante colonização de indivíduos de pinus vindos de propágulos de matrizes das redondezas. Além disso, são encontradas matrizes isoladas produzindo propágulos no interior das UC, com grande potencial de disseminação de propágulos e invasão das áreas com vegetação herbácea e floresta menos conspícuas.
São encontradas manchas de eucaliptos com árvores bem formadas de 15 a 20 metros de altura, dominando o dossel de uma porção significativa da parte oeste-sul. Associado a estas manchas há o domínio de braquiária no estrato herbáceo. Estas áreas são as mais impactadas do parque, onde a vegetação nativa é mais descaracterizada pela invasão das espécies exóticas. A competição destas com as herbáceas nativas é extremamente preocupante a médio e longo prazo.
A floresta aluvial do Parque Estadual do Cerrado sofre com o domínio de bambus no seu sub-bosque, o que descaracteriza a formação natural deste ambiente florestal, impedindo a colonização de arbustos e herbáceas características dos estratos inferiores da floresta.
Dessa forma, entre os objetivos do projeto está a busca pelo controle de espécies exóticas nesse relíquito de grande importância para o estado do Paraná, bem como a análise das espécies ali presentes, o mapeamento com uso de drone para contribuir nas intervenções e ainda um trabalho realizado no entorno da unidade de conservação.