Inovação e troca de experiências são destaque no segundo dia dos Seminários dos Corredores de Biodiversidade

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19 de outubro de 2019, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais

Mesas redondas sobre Sistemas Agroflorestais, diversidade e gênero e apresentação de resultados também marcaram a sexta-feira em Foz do Iguaçu

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Diversos temas sobre restauração ecológica estiveram em pauta na última sexta-feira (18), segundo dia do III Seminário do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná e do I Seminário do Corredor de Biodiversidade das Araucárias, realizado no Refúgio Biológico Bela Vista – Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu. O evento é realizado pelo projeto Corredores de Biodiversidade, executado pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais e financiado pelo BNDES, em conjunto com a Rede Gestora do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná.

O encerramento dos seminários ocorreu no sábado (19), no Parque Nacional do Iguaçu, com uma visita à área da antiga Fazenda Salinê, que está sendo restaurada pelo projeto, onde foi realizado o plantio simbólico de mudas pelos participantes do evento – representantes de organizações governamentais, não governamentais, da área de pesquisa e da iniciativa privada, ligadas à restauração ecológica no Brasil, Argentina e Paraguai.

A coordenadora de projetos da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), Edilaine Dick – participante da primeira mesa redonda dos seminários, sobre experiências em restauração ecológica – observou que há projetos na Argentina que, assim como os da Apremavi, são focados em pequenas propriedades rurais e a conectividade de paisagem para a restauração de áreas mais abrangentes. “Não existem mais áreas grandes para restaurar, então o nosso desafio é conectar as pequenas e contar com os proprietários como atores-chave para essa recuperação”, explica.

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Além da Apremavi, outras duas organizações, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e o Mater Natura, também apresentaram as experiências de projetos de restauração financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na mesma mesa, representantes da gestão argentina, paraguaia e brasileira da Itaipu Binacional mostraram o histórico e evolução da restauração na região do Rio Paraná. A instituição é pioneira na área, onde realiza recuperação há muitos anos e é ainda uma das organizações que mais investe nesse sentido.

A pluralidade de pensamentos também esteve presente quando o assunto foi financiamento. Na segunda mesa, foram apresentadas três perspectivas diversas sobre o tema. O BNDES atua em duas frentes em relação a recursos para restauração. Em uma estão os recursos reembolsáveis, ou seja, linhas de crédito adequadas para agricultores ou empresas, e outra são os não-reembolsáveis, em parceria com organizações que comprovem a boa aplicação e execução de projetos.

“Temos como diretriz muito forte a captação de recursos, tanto nacionais quanto internacionais, pois se soubermos captar para os programas certos, vamos poder incrementar ainda mais a restauração ecológica no Brasil”, explica o representante do Banco e gestor do projeto Corredores de Biodiversidade pelo programa BNDES Restauração Ecológica, Márcio Macedo Costa.

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Na mesma mesa, a WWF apresentou alternativas de financiamento ligadas ao desenvolvimento sustentável, com a combinação da conservação, pesquisa e meios de gerar renda e negócios em conjunto com a iniciativa privada. Exemplos de extrativismo sustentável, combinados com a pesquisa para novos usos de produtos e a geração de valor comercial foram apresentados. Por fim, o Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) e a Ecosia mostraram soluções criativas de financiamento e a importância da inovação nesse meio, como o Programa de Alavancagem de Projetos de Restauração, realizado pela organização, em conjunto com a Ecosia.

Monitoramento, diversidade e Sistemas Agroflorestais

O monitoramento da gestão dos corredores foi o tema da terceira mesa redonda. Representantes do BNDES e do Mater Natura apresentaram resultados e o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, em conjunto com Kawa, falaram sobre a utilização de geotecnologia no processo de monitoramento. Essas tecnologias são positivas para coordenar os projetos de restauração e também para registrar a recuperação da vegetação nativa local. Concluiu a temática apresentação dos Sistemas de Monitoramento da Biodiversidade de Serviços Ecossistêmicos do Estado do Paraná (Siga-Bio), iniciativa do Instituto Água e Terra (órgão que engloba o antigo Instituto Ambiental do Paraná – IAP), em parceria com o Simepar.

Na última mesa, representantes Pacto pela Restauração da Mata Atlântica (Pacto) falaram sobre iniciativas que promovem iniciativas de gênero e diversidade na restauração florestal. “A ideia é envolver homens e mulheres em projetos de restauração e monitorar a distribuição equitativa de benefícios”, explica a pesquisadora Narliane Martins. Ela também frisa a importância do acesso à informação sobre diversidade, pois isso ajuda a envolver e engajar o público foco. Depois o assunto passou a ser Sistemas Agroflorestais (SAFs). Entre os pontos destacados por Ana Paula Silva, bióloga e pequisdora do Mater Natura, estão as oportunidades de políticas públicas que incluam os SAFs, Unidades de Conservação, o fomento para implantação de SAFs pela Itaipu Binacional e de compra de produtos pelo Grupo Cataratas.

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