Confira os Resultados Preliminares do Projeto Refloresta o Lagamar para conservação da Mata Atlântica

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O Projeto Refloresta o Lagamar: fortalecimento de áreas protegidas e da cadeia produtiva de restauração para conservação da Mata Atlântica iniciou suas atividades em dezembro de 2021 e tem por objetivo geral promover ações de restauração de 181,1 hectares da vegetação nativa em Unidades de Conservação do Lagamar paranaense.

A ênfase está no incremento das populações de espécies da flora ameaçadas, raras, e com intenso histórico de exploração, além de ampliar a cadeia produtiva da produção de sementes e mudas destinadas à restauração florestal no litoral do Paraná.

É uma das iniciativas que recebe apoio do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA),  no contexto da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito da Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima (IKI) do Ministério do Meio Ambiente, Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha (BMUB), com apoio financeiro através do KfW Entwicklungsbank (Banco Alemão de Desenvolvimento), por intermédio de gestão efetuada pela Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO.

O projeto, que conta com a parceria do IAT (Instituto Água e Terra) e proprietários de RPPN da região, está sendo desenvolvido nas seguintes unidades de conservação do litoral do Paraná: Estação Ecológica do Guaraguaçu, Parque Estadual do Rio da Onça, Parque Estadual do Palmito, Parque Estadual do Pau Oco, RPPN Encontro das Águas, RPPN Graciosa, RPPN Encantadas e Reserva Myrtlau, conforme o destaque em vermelho do mapa abaixo:

Área de atuação do projeto com foco na conservação da Mata Atlântica.

Como resultado neste primeiro ano de projeto tem-se a realização de um curso de capacitação técnica, ministrado pelos parceiros do Projeto – a Sociedade Chauá, que possui uma experiência de mais de 20 anos em produção de mudas de espécies raras e ameaçadas. Este curso, com carga horária de 40 horas, contou com a participação de 24 profissionais (biólogos, agroecólogos, engenheiros florestais e agricultores). 

Curso de restauração florestal promovido pela Sociedade Chauá. 

Além do curso, também foram ministradas palestras para estudantes universitários e a participação em eventos.

Sensibilização ambiental na I Feira de Sementes e Mudas do Litoral do Paraná em Morretes. 

Ademais, foram realizadas ações de articulação institucional junto às prefeituras municipais, organizações da sociedade civil, lideranças comunitárias e instituições de ensino e pesquisa para mobilização de atores locais visando o fortalecimento da cadeia produtiva de espécies nativas e da  restauração florestal na região.

Reunião de integração com técnicas da SPVS e Mater Natura. 

Com relação às ações de restauração florestal, foi realizado um diagnóstico detalhado das unidades de conservação e sobrevoo com drone  com o intuito de descrever os diferentes cenários encontrados, definir e planejar as ações de restauração das áreas degradadas e enriquecimento florestal com foco em espécies raras, ameaçadas e com intenso histórico de exploração local. 

Sobrevoo com drone sobre a RPPN Encantadas, em Antonina.

Durante este primeiro ano de projeto, foi realizado o controle de espécies exóticas, lianas e trepadeiras; implantação de 18 poleiros artificiais, visando a dispersão de sementes por aves; manejo de vegetação invasora, preparação de terreno e plantio de 5.336 mudas em mais de 3 ha de áreas degradadas; realizado o enriquecimento florestal de 47 ha, com plantio de 6.511 mudas nativas; e condução de regeneração natural (controle de exóticas e coroamento das mudas arbóreas e arbustivas regenerantes) em 3,2 ha. 

Todas as mudas plantadas estão sendo georreferenciadas, bem como foram definidas linhas específicas para o monitoramento. 

Área degradada em processo de restauração florestal no Parque Estadual Rio da Onça.

Até o momento foram obtidas 15.365 mudas de 80 espécies de plantas pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e clímax, oriundas das instituições parceiras, viveiros do Instituto Água e Terra (IAT), Sociedade Chauá, Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (APREMAVI) e EKÔA PARK/Instituto Hórus – Projeto Salvando Árvores em Extinção.

Retirada de mudas no EkoaPark, doadas pelo projeto Salvando Árvores em Extinção.

Além da restauração florestal e mobilização social, o projeto também atua com a coleta de sementes e parceria com o IAT para o seu beneficiamento e a produção de mudas que  serão doadas pelo Estado através do programa Paraná Mais Verde.

Para definição das espécies alvo do projeto foi realizada uma extensa revisão bibliográfica e definidas três listas de espécies: diversidade, pioneira e conservação.   Até o momento a equipe identificou  326 matrizes cadastradas de 71  espécies, sendo 19 ameaçadas ou raras.

As buscas de matrizes e coleta de sementes estão sendo realizadas nas unidades de conservação estaduais, RPPN e propriedades particulares do lagamar paranaense, com o apoio do calendário fenológico elaborado pela equipe do projeto.  

Percurso de monitoramento de reserva de matrizes.

Durante o segundo semestre de 2022, foram coletados 761,146 Kg de frutos, com uma riqueza de 54 espécies, sendo 7 ameaçadas de extinção.

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