Rede Semente Sul
Participação do Mater Natura: um dos parceiros e co-executor das metas da Rede na Região Metropolitana de Curitiba e litoral paranaense, sendo a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC a proponente do projeto
Financiador: Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA)/ Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Instituições Parceiras da UFSC na execução do Projeto: APREMAVI – Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí; APRODAI – Associação Pró Desenvolvimento Agropecuário de Ituporanga; FUNDAÇÃO RURECO – Fundação para o Desenvolvimento Rural e Econômico da Região Centro Oeste do Paraná; FURB – Universidade Regional de Blumenau; FZB – Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; GRUPO PAU-CAMPECHE Viveiro de Plantas Nativas; IBAMA/SC – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis; Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais; PELICAN – Associação dos Protetores Livres, Integração e Amor à Natureza; REDE ECOVIDA – Rede Ecovida de Agroecologia; SDM – Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Meio Ambiente; VIANEI – Centro Vianei de Educação Popular
Equipe Executora:
Coordenadores do Projeto na UFSC: João de Deus; Luiz Sérgio Phillippi; Maike Hering Queiroz
Coordenador do projeto no Mater Natura: Ademar Brasileiro da Silva
Descrição:
O projeto Rede Semente Sul foi idealizado e coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, no âmbito do edital 04/2000 (Estruturação de rede de fomento à oferta de sementes de espécies florestais nativas) pelo FNMA, em março de 2001. A proposta tinha por objetivo a estruturação participativa de uma rede de sementes de essências florestais nativas presentes nas tipologias florestais da Mata Atlântica da região sul do Brasil – Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual e seus ecossistemas associados.
Atualmente, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul possuem 8,93%, 17,41% e 2,69%, respectivamente, de remanescentes florestais de Mata Atlântica. A necessidade de preservação desses ecossistemas enfrenta um problema específico no setor de produção de sementes florestais nativas, não havendo atualmente dados sistematizados que possam nos oferecer uma panorâmica do setor na região sul do Brasil. Dados preliminares indicam que os principais agentes envolvidos na coleta, beneficiamento, distribuição e consumo de sementes florestais estão distribuídos entre ONGs dedicadas essencialmente à produção de mudas nativas, além de iniciativa privada e instituições governamentais.
Existe também o envolvimento de agricultores que, por iniciativa própria, coletam sementes comerciáveis para o seu próprio consumo. Neste sentido, o desenvolvimento dos viveiros de espécies florestais nativas tem se deparado com a dificuldade de obtenção de sementes, bem como com a falta de garantia de qualidade destas.
Outro fator que mostra a precariedade do setor de fornecimento para o segmento de mudas nativas é o número de espécies trabalhadas pelos viveiros. Normalmente, pequenos viveiros com capacidade de até 50.000 mudas/ano conseguem produzir entre 20 a 50 espécies nativas, quando sabemos que a diversidade específica de sementes em nossos remanescentes florestais é muito superior.
Grande parte das informações existentes sobre o setor de sementes nativas, no sul do País, está concentrada na mão de empresas governamentais que não as possuem sistematizadas ou não as disponibilizam para o grande público. Isso representa outra deficiência a ser sanada no setor e evidencia a necessidade de estruturação de uma rede mais democrática. Na verdade dados mais precisos sobre o número de produtores de mudas nativas e a produção de essências nativas na Região Sul do Brasil não estão disponíveis e muito menos existe uma compilação útil para definir o perfil da absorção de sementes nativas no setor produtivo.
A Estrutura de funcionamento da Rede
A missão da Rede Semente Sul é promover a conservação de espécies florestais nativas, da Mata Atlântica do sul do Brasil, através da integração institucional, visando a oferta de sementes de qualidade, a disponibilização de informações, gerando conhecimentos, capacitando e qualificando os envolvidos, com a valorização de seus conhecimentos e saberes.
O projeto tem por objetivos estruturar, participativamente, uma rede de oferta de sementes florestais nativas da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, na região sul do Brasil, criando um espaço propício à articulação dos agentes ligados à oferta de sementes florestais nativas, capacitando produtores e disponibilizando informações técnicas e comerciais pela Internet, estabelecendo parâmetros e critérios técnicos para qualificar as sementes no mercado e ampliando e fortalecendo o relacionamento dos diversos agentes envolvidos.
Para a consecução do objetivo proposto foram previstas atividades que atendem as seguintes linhas mestras de ação:
– Desenvolvimento de programa de capacitação de produtores;
– Disponibilização de informações técnicas e comerciais pela Internet;
– Estabelecimento de parâmetros e critérios técnicos para qualificar as sementes no mercado;
– Amplificação e fortalecimento do relacionamento dos diversos agentes envolvidos.
Metas
As metas propostas foram desenvolvidas de forma integrada e estão definidas como:
Meta 1 – Estruturação, instrumentalização e auto-sustentação da Rede Semente Sul.1.1 Criação da Identidade da Rede;
1.2 Constituição e estruturação dos Núcleos Regionais da Rede Semente Sul nos três Estados do Sul do Brasil;
1.3 Auto-sustentação da Rede Semente Sul após o término do projeto.
Meta 2 – Capacitação dos núcleos regionais e dos produtores para a produção de sementes.
Meta 3 – Qualificação das sementes florestais nativas da Rede Semente Sul.
Meta 4 – Disponibilização das informações da Rede Semente Sul pela internet.
O projeto desenvolveu-se a partir de uma forte proposta de integração entre entidades governamentais e não governamentais, priorizando práticas democráticas de cooperação institucional para consolidar a formação de uma estrutura de rede sustentável. Para atingir tal meta, utilizou-se de conceitos e critérios metodológicos que trabalham com o processo de ensino/aprendizagem do grupo.
A participação social se deu através de um Comitê Gestor composto pelos parceiros e colaboradores do projeto, o qual esteve incumbido da criação de um Fórum que se configure como espaço de articulação entre os demais agentes da rede, porém que não se encontram na condição de parceiros diretos no projeto.
A Coordenação do Comitê, composta por representantes da coordenação do projeto na UFSC, dos Núcleos Regionais e do Fórum, foi estruturada de forma a garantir uma participação equilibrada entre ONGs e Instituições Públicas.
Dentro desta perspectiva, foi realizado um Seminário com os parceiros, tendo os seguintes objetivos: integração e aproximação dos membros (conexões da rede); Calibragem de conceitos; Criação de uma identidade coletiva para a rede; Estabelecimento de procedimentos de comunicação inter-institucional; Estabelecimento de normas de funcionamento para o Comitê Gestor do Projeto; Eleição para preenchimento dos cargos no Comitê.
A figura ao lado detalha a proposta de estrutura para gestão do projeto.