A futura RPPN Esperança amplia áreas protegidas em Morretes e fortalece a conectividade ecológica no Lagamar Paranaense.

Vistoria técnica realizada pelo ICMBio em Morretes, passo fundamental para a criação da RPPN Esperança e fortalecimento da conservação da Mata Atlântica. FOTO: Mater Natura.
No dia 11 de novembro de 2025, a equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou a vistoria técnica na área destinada à criação da RPPN Esperança, em Morretes, Paraná. A ação é uma das etapas previstas no processo de reconhecimento oficial da nova Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), instrumento voluntário que permite aos proprietários de terras contribuir para a preservação da Mata Atlântica.
O processo de criação da RPPN Esperança faz parte do projeto “Reservas Particulares do Lagamar Paranaense – Fase II”, executado pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, com apoio do Programa Biodiversidade Litoral do Paraná.
Com cerca de 16 hectares, a futura RPPN está localizada entre o Parque Estadual Pico do Marumbi, o Parque Estadual Graciosa e a RPPN Graciosa, fortalecendo a conectividade entre unidades de conservação que compõem o Mosaico de Unidades de Conservação do Lagamar. A criação de novas RPPNs representa um passo estratégico para a conservação da biodiversidade, oferecendo proteção adicional a ecossistemas fragmentados e permitindo a formação de corredores ecológicos essenciais para a fauna e a flora locais.
Consolidando a RPPN Esperança e a proteção do Lagamar
Após a vistoria técnica, o ICMBio deve emitir o Termo de Compromisso, etapa que antecede a fase final de reconhecimento oficial da reserva.

Com isso, a RPPN Esperança se tornará uma área de proteção ambiental, reforçando a importância da conservação voluntária em propriedades privadas e consolidando a conectividade ecológica no Lagamar Paranaense, garantindo espaço para que espécies nativas sobrevivam, migrem e se reproduzam, fortalecendo toda a biodiversidade da região.
Como criar uma RPPN e ampliar a conservação
O processo de criação de uma RPPN é voluntário, mas formalizado pelo ICMBio em nível federal ou pelo Instituto Água e Terra (IAT), órgão responsável pelo reconhecimento oficial no estado do Paraná. Ele envolve etapas como vistoria técnica, levantamento de biodiversidade, elaboração de plano de manejo e assinatura do Termo de Compromisso pelo proprietário.
Para a coordenadora do projeto, Anne Zugman, “cada nova RPPN fortalece a conservação voluntária e amplia o impacto da proteção da Mata Atlântica, mostrando como iniciativas privadas podem complementar áreas públicas e garantir conectividade ecológica”.
Além de garantir proteção legal, a iniciativa contribui para a conectividade entre áreas protegidas, fortalece a gestão ambiental baseada em ciência e oferece oportunidades para pesquisas, monitoramento da fauna e flora, e educação ambiental. Cada nova RPPN amplia a rede de conservação privada e demonstra que a preservação da Mata Atlântica pode avançar também por meio de ações voluntárias de proprietários conscientes.
O projeto Reservas Particulares do Lagamar Paranaense é financiado pelo Programa Biodiversidade Litoral do Paraná com recursos do Termo de Acordo Judicial celebrado entre o Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado do Paraná e a Petrobras, sob interveniência do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade(ICMBio), no âmbito do processo de Cumprimento de Sentença no 5001337- 92.2012.4.04.7008, provenientes das Ações Civis Públicas 0000041-91.2010.404.7008 (PR) e no 200270080002601, movidas pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná e pelo MPPR e MPF, respectivamente, em face de Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras.


