Conservação de duas espécies de peixes anuais criticamente ameaçadas de extinção no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo

Financiador: Fundação Grupo Boticário
Início: Setembro 2019
Término: Agosto 2022
Financiador: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

Conservação de duas espécies de peixes anuais criticamente ameaçadas de extinção no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo

Participação do Mater Natura no Projeto: Instituição Proponente e Executora

Financiador: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

Parceiros: Universidade Estadual Paulista – UNESP, campi Registro e do Litoral Paulista; Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP).

Equipe Executora:

Responsável Técnico: Domingos Garrone Neto.

Equipe Técnica: Eduardo Antonio Sanches, Eduardo Omena Santinelli, Gabriel Raposo Silva de Souza, Marcos Ricardo Bornschein, Osvaldo Takeshi Oyakawa.

Descrição:

Nas proximidades da foz do rio Ribeira de Iguape, assim como em toda a região costeira do Litoral Sul de São Paulo, onde as configurações geomorfológicas equivalem a planícies costeiras, grandes áreas de restinga estão sob intenso processo de ocupação humana. Como consequência, habitats únicos onde há a ocorrência de representantes da família Rivulidae, como as espécies do gênero Campellolebias, correm sério risco de destruição, o que pode levar a uma extrema redução populacional ou até mesmo a sua extinção.

Nesse contexto, diante ao desafio de colaborar com a conservação das espécies de peixes anuais, o presente trabalho seguirá algumas metas propostas pelo PAN Rivulídeos, com o objetivo geral de realizar o diagnóstico de duas espécies endêmicas e criticamente ameaçadas, C. dorsimaculatus e C. intermedius, na região do Vale do Ribeira e no Litoral Sul do Estado de São Paulo. Pretende-se mapear os locais de ocorrência, com bases em registros históricos, consultas a coleções/especialistas e trabalhos de campo, caracterizar os habitats ocupados e as populações naturais, avaliar o estado de conservação das espécies, produzindo-se gráficos preditores da sua preferência por habitat e dados a respeito da sua vulnerabilidade aos diferentes vetores de pressão, estruturar um plantel ex situ de reprodutores e realizar atividades de divulgação científica e sensibilização do público leigo a respeito dessas espécies nas suas áreas de ocorrência.

Os resultados obtidos poderão contribuir diretamente com algumas das metas propostas pelo PAN Rivulídeos, no âmbito da realização de pesquisas sobre a sua biologia, seu comportamento e sua distribuição, além de estabelecer em plantel ex situ de reprodutores e uma rede de cooperação entre pesquisadores de entidades como o Museu de Zoologia da USP, dois Campi da UNESP (Registro e São Vicente) e o CEPTA/ICMBio.

Será possível preencher uma lacuna de informação de mais de dez anos a respeito da ocorrência de C. dorsimaculatus e C. intermedius, confirmando-se ou não a sua permanência na área estudo, com reflexos diretos para a sua conservação. Estimativas de abundância, bem como a avaliação sobre o estado de conservação das espécies poderão contribuir com discussões a respeito da proteção desses rivulídeos e de seus locais de ocorrência.

O plantel de reprodutores abrirá uma nova frente de pesquisa e poderá subsidiar programas futuros de manejo, uma vez que C. dorsimaculatus e C. intermedius fazem parte das 819 espécies de peixes raros de água doce no Brasil e possuem área de ocupação estimada em menos de 10 km². As atividades educativas poderão diminuir a distância entre a sociedade e a academia, contribuindo de forma significativa para a sensibilização do público leigo a respeito da necessidade da conservação dos ambientes costeiros e de espécies como os peixes anuais, cuja semelparidade e ocorrência restrita os tornam particularmente vulneráveis às alterações ambientais.

Clique aqui e conheça um pouco mais sobre os peixes Rivulídeos, em um Gibi preparado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental – ICMBio/CEPTA.

Rolar para cima