Ecofalantes da Ilha do Mel
Participação do Mater Natura no Projeto: Instituição proponente e executora
Financiador: Instituto Sadia de Sustentabilidade
Parceiros: Instituto Ambiental do Paraná – IAP; Companhia de Informática do Paraná – Celepar; Prefeitura de Paranaguá; Secretaria Estadual de Educação de Paranaguá; Escola Municipal Nova Brasília; Terminal de Embarque de Pontal do Paraná; Associação Mar Brasil; Universidade Federal do Paraná – UFPR (Departamento de Comunicação – DECOM e Laboratório de Informática – grupo Imago); Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR; Fundação Roberto Marinho (Canal Futura); Projeto Jovem Mostre sua Cara (FNMA / Mater Natura); Projeto Cultura Viva da Ilha do Mel – Programa Cultura Viva (MinC/FNC / Mater Natura).
Equipe Executora:
Coordenação: Adriana Marques Canha
Equipe Técnica: Juliana Vitulskis, Leandro Borgonha
Descrição:
O objetivo do projeto “Ecofalantes da Ilha do Mel” foi o de contribuir para a criação e manutenção de sociedades sustentáveis na Ilha do Mel, considerada mundialmente como Reserva da Biosfera (ECO92) e Unidade de Conservação de Proteção Integral em 93% de sua extensão territorial. Através de uma política de comunicação ambiental baseada nos princípios da democratização, promoção da autonomia e emancipação, o projeto ofereceu condições de inclusão social e de direito à comunicação, não só pelo acesso à informação, mas também acesso à participação na criação e na gestão dos meios de comunicação.
O índice de visitação da Ilha do Mel é alto, o turismo é intenso e desordenado. As influências sofridas com o impacto de diversas culturas, que trazem outros modelos socioeconômicos, geram conflitos ambientais, políticos, sociais, econômicos e culturais que resultam na degradação do ecossistema local e da cultura tradicional das comunidades.
Para os jovens de 13 a 24 anos, 10% da população local, que representam a continuidade dos hábitos e costumes da Ilha, restam poucas perspectivas em relação às oportunidades locais de estudo e trabalho. Para salvaguardar a identidade e o senso crítico destes jovens, público alvo deste projeto, e também no cuidado que estes possam ter com o ambiente que lhes deu origem, o projeto ECOFALANTES DA ILHA DO MEL realizou uma ação educativa e de intervenção social.
Com as ações realizadas pretendeu-se desenvolver na população da capacidade de abordar questões ambientais e relacioná-las ao seu desenvolvimento, para garantir a manutenção da diversidade biológica – um dos objetivos mais importantes da conservação, que não se restringe a um conceito pertencente apenas ao mundo natural, mas é também uma construção cultural e social. Por isso a necessidade de sensibilizar o público sobre seus principais problemas, fazê-lo participar de suas soluções e fomentar o senso de responsabilidade em relação ao meio ambiente.
Para tanto, o rádio foi escolhido como meio de comunicação ideal para desenvolver o projeto, por apresentar grande acessibilidade, alcance mediático, possibilidade de interação e influência sobre a formação de opinião pública, especialmente entre as populações de menor poder aquisitivo e de regiões distantes de centros urbanos.
A partir daí, o objetivo foi fomentar a criação de produtos de comunicação ambiental com caráter educativo, a partir do debate e produção participativa, que também é capaz de fomentar processos educativos. Isso se dá através da Educomunicação – reflexão/ação, que une Educação e Comunicação Social, e possibilita a co-gestão, isto é, a real possibilidade de uma outra forma de convivência social, fundada na valorização do indivíduo como sujeito, no respeito ao outro e na tomada conjunta de decisões.
O projeto teve como aliado o Núcleo de Comunicação, criado, constituído e movido pelos jovens da comunidade. A partir de oficinas de comunicação ambiental e da pesquisa-ação, realizada por estes atores ao longo do projeto, ocorreu a elaboração dos temas socioambientais a serem divulgados. A retroalimentação da campanha educativa ambiental foi ativada pelos participantes deste Núcleo, que foram os responsáveis em provê-la com as informações identificadas como necessárias para a melhoria de vida e o desenvolvimento sustentável.
Foi prevista ainda no projeto a hospedagem por quatro meses na internet de um canal de rádio online, com transmissão ao vivo para 60 ouvintes, na servidora de streaming Brasil Rádios. Desta forma, foram transmitidas informações sobre: os locais e belezas naturais da Ilha, atitudes de conservação ambiental e dos hábitos e costumes sustentáveis do povo; e manifestações culturais, com programação de eventos das festas religiosas, apresentações de teatro, shows de dança, de forró e fandango, entre outras informações.
Somado a esta proposta, o Mater Natura já tinha desenvolvido outras iniciativas de inclusão social pela cultura na Ilha do Mel através de um outro projeto denominado JOVEM, MOSTRE A SUA CARA! (janeiro de 2005 a maio de 2008) financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA; e no mesmo período do ECOFALANTES, o Projeto CULTURA VIVA DA ILHA DO MEL (novembro de 2007 a julho de 2015) aprovado pelo Ministério da Cultura – que foram parceiros e permitem criar uma ampla linha de ação a partir do que já existe e já é atuante com legitimidade comunitária.
Foram Metas do Projeto Ecofalantes da Ilha do Mel:
– Promover pesquisa–ação ao longo do projeto com os jovens das comunidades de Encantadas e de Brasília na Ilha do Mel (Município de Paranaguá-PR);
– Fomentar e orientar a criação de materiais de educação ambiental para Rádio, realizados sob forma interativa e participativa, nos mais diversos contextos educativos formais, não formais e informais;
– Propiciar, através da difusão dos produtos educativos ambientais, a multiplicação de espaços críticos para a educação e a comunicação ambiental;
– Provocar um movimento de inclusão dos mais variados atores, entre eles os professores da Rede de Ensino da Ilha do Mel, para a incorporação dos instrumentos de comunicação, principalmente o radiofônico, na atuação educativa ambiental;
– Disponibilizar um conjunto significativo de peças de campanha, matérias e clipes educativos para programas, na linguagem radiofônica, ocupando intervalos e espaços de programação com o tema ambiental, fazendo-as repercutir também na internet e na comunidade, por meio de amplificadores sonoros;
– Chamar atenção à responsabilidade socioambiental dos canais de comunicação em radiodifusão, principalmente os locados na região de Paranaguá e capital, de inserirem nas suas programações, informações referentes a conservação ambiental e cultural do segundo ponto turístico mais visitado do Estado do Paraná, a Ilha do Mel;
– Pensar o projeto como um modelo a ser replicado em comunidades, escolas, associações etc., que não se resume na produção do material educativo ambiental a ser exibido, mas no exercício da prática dialógica que esta comunicação pode oferecer.