VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente reúne jovens em Foz do Iguaçu com foco em educação e justiça climática

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Entre os dias 11 e 13 de agosto de 2025, Foz do Iguaçu sediou a Etapa Estadual do Paraná para a VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), promovida pelos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com o tema “Vamos transformar o Brasil com Educação e Justiça Climática”. Estivemos presentes no evento, fazendo parte da Comissão Organizadora Estadual (COE), responsável pela organização e facilitação da conferência estadual no Paraná.

O encontro teve como objetivo engajar crianças e adolescentes na construção de soluções para a crise climática a partir de seus territórios e comunidades escolares. Participaram 60 estudantes de 11 a 14 anos, matriculados do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, acompanhados pelos seus professores. Ao longo de meses, as crianças e adolescentes desenvolveram projetos em suas escolas, elegeram delegados e chegaram à etapa estadual para apresentar e debater suas propostas.

“Eles trouxeram projetos incríveis e debateram o tema de justiça climática. Foi extremamente gratificante ver tantos adolescentes preparados e lutando em prol do meio ambiente com mais justiça e sustentabilidade”, comenta a técnica do Mater Natura Renata Garrett Padilha, que faz parte da COE.

Etapas e metodologia

A CNIJMA é composta por três fases: escolar, estadual e nacional. Nas escolas, os estudantes elaboraram projetos de ação relacionados à justiça climática e educação ambiental, registrando-os no site oficial da conferência. Na etapa estadual, os grupos aprofundaram os debates e elegeram representantes para a fase estadual, realizada em Foz do Iguaçu.

No Paraná, os trabalhos seguiram uma metodologia inovadora que priorizou o protagonismo juvenil. Com apoio dos professores, os estudantes elaboraram cartazes de seus projetos, respondendo a duas perguntas-chave: “Qual problema de justiça climática o projeto busca resolver?” e “Que solução é proposta?”.

Organizados em mesas de debate, os jovens apresentaram seus projetos e, por meio de votação entre os pares, elegeram os mais representativos. O processo seguiu em duas rodadas de apresentações e votações até a escolha do projeto vencedor que representaria o estado.

O destaque ficou para o projeto “Jovens Cientistas em Ação: Diagnósticos e soluções para uma justiça climática”, da estudante Pyetra Heller Dallagnol Pereira, orientada pelo professor Emerson Souza Gomes, do Colégio Estadual Padre Chagas, de Guarapuava. A proposta foi escolhida para representar o Paraná na etapa nacional em Brasília.

Além do projeto, foi definida a delegação de estudantes que representará o Paraná. O processo de escolha foi democrático: qualquer estudante pôde se inscrever como candidato, apresentar-se em um minuto e ser votado pelos colegas. A lista de eleitos garantiu representatividade e diversidade, contemplando estudantes indígenas, quilombolas, do campo, jovens com deficiência e de diferentes regiões do estado.

Relevância e próximos passos

A VI CNIJMA fortalece a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e incentiva a criação das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida) nas escolas. Mais do que um evento, a conferência foi um espaço democrático e plural, em que adolescentes exerceram com autonomia seu direito à participação, demonstrando maturidade e compromisso com o futuro. 

A conferência envolveu cerca de 61.800 escolas dos anos finais do ensino fundamental, com potencial para atingir 9 milhões de estudantes e 775 mil professores. É um processo pedagógico inclusivo e transformador, que se inicia nas escolas, se estende às etapas estaduais e culmina na fase nacional — fortalecendo a educação ambiental crítica, participativa, democrática e transformadora.

O evento também dialoga com a preparação do Brasil para a COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA), colocando a educação e a justiça climática no centro das estratégias nacionais para enfrentar a crise climática.

A Comissão Organizadora Estadual do Paraná contou com o apoio do MEC, Secretaria de Educação do Estado, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Defesa Civil, Programa de Educação Ambiental MarMaré, Ministério Público do Paraná, Coletivo Jovem do Paraná e Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.

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