O projeto Selva: Turismo Científico e Ciência Cidadã, realizado na RPPN Encontro das Águas em Paranaguá, completou dez meses de atividades. O projeto é desenvolvido com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Seu objetivo é a estruturação da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Encontro das Águas para o uso público no âmbito do turismo científico e o engajamento com empreendimentos turísticos e comunidades do seu entorno.
Entre as metas previstas pelo projeto, a equipe do Mater Natura está realizando a elaboração do Plano de Manejo da RPPN conforme o Roteiro Metodológico estabelecido pelo ICMBIO e de acordo com os objetivos que levaram à criação da reserva. Para sua conclusão ainda serão definidos os programas de pesquisa e atividades de uso público, além do zoneamento e desenho do circuito de trilhas. Após finalizado, o documento será enviado para análise e aprovação do ICMBIO.
O projeto também prevê a elaboração do Plano de Negócio para o desenvolvimento de produtos e serviços no âmbito do turismo científico e para somar ao trabalho da equipe, a RPPN inscreveu-se na Jornada Empreendedora para Negócios que Impactam (JENI), um programa local gratuito, oferecido pelo Sebrae, Incubadora do Instituto Federal de Paranaguá, Unespar e a Coalizão pelo Impacto.
Além destes instrumentos de manejo, estão sendo planejadas e testadas metodologias para o monitoramento ambiental com o uso de câmeras trap e estações hidrometeorológicas, além do protocolo de monitoramento participativo da biodiversidade e criação da estrutura de divulgação de dados abertos sobre a biodiversidade, recursos hídricos e clima, com a inserção da tecnologia de big data.
Estas ações envolvem a parceria com a startup Naila IoT de Monitoramento Ambiental e o Laboratório da Análise e Monitoramento da Mata Atlântica (LAMMA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR Litoral).
No mês de agosto foi realizado um teste de protocolo para validação do monitoramento participativo da biodiversidade por meio de registros fotográficos e o uso do app iNaturalist. Vinte estudantes do curso de Ciências Ambientais da UFPR Litoral fizeram mais de 140 registros fotográficos de 61 espécies diferentes, identificadas até o momento no app, entre elas a identificação de pegadas de duas espécies ameaçadas de extinção, Leopardus pardialis (Jaguatirica) e Leopardus guttulus (Gato do Mato Pequeno).
Estes registros terão interface com o portal de dados abertos que também está em desenvolvimento pelo projeto com vistas à divulgação científica, análise de dados e melhor gestão ambiental da RPPN.
Ainda neste semestre, em parceria com a empresa Ekoways Caminhos Regenerativos será iniciado o inventário turístico local e o diagnóstico de interesse e vocação turística das comunidades do entorno da RPPN, visando o fortalecimento da atividade turística na Grande Reserva Mata Atlântica, região da Serra da Prata que abrange o entorno do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange.