26 de julho de 2020, notícia publicada pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais.
Nos dias 02 e 09 de julho foram realizados os módulos II e III da oficina “Conservação de Espécies” no escopo do projeto em parceria técnico-financeira com o WWF-Brasil para construção do Plano de Restauração na Ecorregião do Alto Paraná. O projeto inclusive teve sua área original alterada, anteriormente eram previstas prospecção de áreas entre os Parques Nacionais do Iguaçu e de Ilha Grande, agora se estende até o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI) no Mato Grosso do Sul (Figura 1). O PEVRI abrange uma área de 73.345,15 hectares localizados na bacia do rio Paraná, em uma área ecótona de Mata Atlântica e Cerrado.Importante observar que o Mater Natura já desenvolve, desde setembro de 2017, uma projeto de restauração ecológica nestas três unidades de conservação, com o patrocínio do BNDES.
Ressalta-se a importância em realizar ações como esta na Mata Atlântica, pois o bioma abrange cerca de 15% do território nacional, em 17 estados, onde reside 72% da população brasileira, abriga três dos maiores centros urbanos do continente sul americano e concentra 70% do PIB nacional (SOS Mata Atlântica). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente é uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade e permite o acesso a serviços ecossistêmicos essenciais para milhões de brasileiros.
O objetivo das oficinas (sendo que o módulo I aconteceu no dia 18 de junho) foi identificar áreas para restauração a partir de prioridades para conservação de fauna na região de abrangência do projeto.
As oficinas aconteceram virtualmente e contaram com a presença de 30 profissionais em cada oficina, com experiência em diferentes trabalhos com conservação da fauna e também em restauração ecológica e ecoturismo.
Além das contribuições durante as oficinas por meio de plenária e uso do chat, contamos com o apoio destes participantes no período entre os módulos. Tivemos também excelentes apresentações para compartilhar experiências: além da Yara Barros (Projeto Onças do Iguaçu) e Ronaldo Morato (CENAP/ICMBio) no módulo I, tivemos Agustin Paviolo (Projeto Yaguareté – Argentina) – módulo II, Carlos Rodrigo Brocardo (Pró-Carnívoros) e uma mesa redonda sobre Monitoramento integrado de fauna com Letícia Rech Bolzan (Instituto Curicaca), Flávia Tirelli (Instituto Curicaca/Pró-carnívoros), Andreas Kindel (Núcleo de Ecologia – UFRGS) e Bianca Ingberman (Instituto Manacá / Rede de Monitoramento da Serra do Mar) – módulo III.
Os resultados destas oficinas contribuirão para a análise multicritérios que está sendo realizada na prospecção de áreas que irão fazer parte do Plano de Restauração Ecológica. Salienta-se que contribuirão também para traçar estratégias pensando em processos de restauração ecológica que levem em consideração não apenas o plantio das árvores, mas também as interações ecológicas do ecossistema e a conservação de espécies, inclusive da onça-pintada (Panthera onca) maior felino das Américas e espécie ameaçada de extinção, que necessita de grandes áreas conservadas para sobreviver.
Figura 2. Participantes do módulo II da oficina “Conservação de Espécies”.